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COMPENSANDO O ATRASO

As usinas de açúcar e etanol devem compensar o atraso da moagem e a perspectiva é de que o mix de produção volte a ser mais alcooleiro na safra 2017/2018 que, ao final deste mês, completa seu primeiro trimestre. É em que acredita o diretor da Datagro Consultoria, Plínio Nastari.

- A moagem atrasou por causa das chuvas, mas estamos confiantes de que isso será compensado nas próximas quinzenas – disse Nastari a Globo Rural, nos bastidores do Ethanol Summit, evento organizado pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), em São Paulo (SP).

 

Segundo dados da própria Unica, entre primeiro de abril e primeiro de junho, passaram pelas usinas só do centro-sul do Brasil 111,84 milhões de toneladas de cana, 20,89% a menos que no mesmo período no ano passado, quando haviam sido processados 141,370 milhões de toneladas.

Na comparação da safra atual com a passada, os dados do mix de produção no centro-sul mostram um aumento da proporção de matéria prima destinada ao açúcar, que passou de 42,55% para 45,15%. A parcela destinada ao etanol caiu de 57,45% para 54,85% na parcial até primeiro de junho.

Plinio Nastari explica que o viés mais açucareiro neste momento está ligado ao cumprimento de contratos fechados anteriormente pelas usinas, atrelado a preços mais atrativos, em torno de US$ 0,20 por libra-peso. As cotações atuais na bolsa de Nova York estão em torno dos US$ 0,12 nos contratos de prazo mais curto.

- Está todo mundo fazendo mais açúcar para entregar e não perder a janela de embarque. O mercado está estressado agora, mas passada essa fase, volta a ser mais alcooleiro – acredita o consultor, para quem essa mudança no mix de produção deve ocorrer daqui a pelo menos um mês.

A expectativa da Datagro é de que a moagem chegue a 605 milhões de toneladas de cana na região Centro-sul do Brasil. Devem sair das usinas da região 36,38 milhões de toneladas de açúcar e 26 bilhões de litros de etanol. Até o final da safra, o mix de produção na região deve ser de 47,45% para a commodity e 52,55% para o combustível.

A região Nordeste deve processar 42 milhões de toneladas de cana. Desse volume, devem resultar 2,9 milhões de toneladas de açúcar e 1,5 bilhão de litros de etanol.

Segundo Nastari, a matéria-prima que está chegando às usinas é uma “cana mais pesada”, com maior teor de caldo. Na avaliação do consultor, isso tem sido proporcionado, principalmente, pela melhoria dos tratos culturais nesta safra.

- A cana está com menos infestação de pragas. O trato melhor levou a um canavial mais robusto. No segundo e terceiro terços desta safra, o rendimento agrícola deverá ser melhor que o do ano passado – disse Nastari.

De acordo com o diretor da Datagro, na safra 2016/2017, a infestação por broca da cana estava em torno de 4% a 6% das lavouras. No ciclo atual, essa proporção baixou significativamente, para algo entre 1% e 1,5%.

Fonte: Revista Globo Rural



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