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Commodities agrícolas: conheça a arquitetura da formação dos preços

A produção de alimentos como soja, milho e trigo ocorre em áreas rurais, em sua maioria, localizadas distantes das grandes cidades. Mas isso não quer dizer que as atividades agropecuárias não tenham ligação com os mercados financeiros globais. São as negociações internacionais, expectativas de clima, tendências de oferta e demanda, taxa de câmbio, despesas logísticas, entre outros fatores, quem determinam os preços pagos aos produtores rurais. E apesar de parecer um arranjo complicado em um primeiro momento, entender esse cenário, além de fundamental, é fácil considerando alguns conceitos básicos.

Para começar, é preciso compreender que há ambientes de negociação que ditam parâmetros de referência para os preços das commodities agrícolas. No caso da soja e do milho, por exemplo, o que determina as cotações de base é a Bolsa de Chicago. “Os principais fatores que influenciam esse valor da bolsa de referência são oferta e demanda internacional, clima nas regiões produtoras e a política em termos de acordos comerciais, programas de biocombustível, etanol, entre outros”, explica o consultor da INTL FCStone Glauco Monte.

O segundo passo para entender o sobe e desce das cotações, segundo Monte, está nas variáveis de cada local. Para adaptar o valor de referência a cada realidade, existe um cálculo que pode ser obtido por meio do chamado diferencial de base. “Tem alguns fatores que influenciam essa conta. O prêmio no porto é um deles, assim como o custo com logística, gastos portuários, custo de elevação e oferta e demanda local”, enumera. “Considerando isso, podemos ter a bolsa mais um prêmio (ágio) ou a cotação da bolsa menos um valor (deságio)”, detalha.

Para
completar esse tripé de formação de preços, o consultor da INTL FCStone
acrescenta que as negociações de commodities ocorrem a nível internacional, ou
seja, a precificação necessariamente considera a cotação do dólar. “Aqui temos
outro aspecto fundamental: a taxa de câmbio. Esta é influenciada, principalmente,
pela economia nacional e internacional, perspectivas políticas, inflação e taxa
de juros, com mais relação à conjuntura econômica do país”, esmiúça.

Futuro influencia presente

Para o
professor da Escola de Negócios da PUCPR Wilhelm Eduard Milward de Azevedo
Meiners, os preços agrícolas brasileiros refletem a variação de bolsas
internacionais. “Nesse âmbito são negociados os volumes mundiais em oferta e
demanda, tanto do mercado à vista quanto do mercado futuro. A diferença é que
existe uma grande influência do mercado futuro no mercado presente”, enfatiza.
“Mercado futuro é a entrega de mercadorias numa data posterior determinada por
um preço pré-estabelecido. Então, ele incorpora uma série de expectativas
quanto a esse preço pré-definido”, detalha.

Para Meiners, o Brasil pode ser considerado um mercado satélite da soja, ou seja, tem o preço determinado por mercados externos. Porém, pelo fato de o país ter um grande volume de produção e exportação, trata-se de um satélite parcial. “Temos alguma capacidade de influenciar o preço internacional. Quando pegamos a evolução do preço da soja no Brasil e em Chicago, por exemplo, constatamos algumas variações, embora o gráfico seja sempre bastante próximo. É diferente do que ocorre no mercado de alumínio, no qual seguimos exatamente a mesma tendência”, compara.

Confira a matéria completa no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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