Cabotagem

CABOTAGEM REGISTRA CRESCIMENTO DE 16% EM UM ANO NO BRASIL

O transporte de cargas feito por cabotagem (navegação entre portos do mesmo país) registrou crescimento de 16,7% entre 2017/18, com a movimentação de 592 mil TEUs (unidade de medida de contêineres), segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), divulgados pela Confederação Nacional do Transporte.

Apesar de grande parte das cargas passar pelas rodovias, a cabotagem vem ganhando cada vez mais espaço. No ano passado, o crescimento também foi influenciado pela greve dos caminhoneiros. De acordo com o presidente do sindicato, Bruno Lima Rocha, a paralisação nas rodovias brasileiras fez com que algumas empresas optassem por migrar suas cargas para os navios.

“Além disso, a cabotagem, na longa distância, apresenta algumas vantagens, uma vez que não depende de rodovias esburacadas e a carga não corre o risco de ser danificada. Sem falar na segurança”, avalia.

O presidente do Syndarma também destaca vantagens competitivas do frete marítimo em relação à tonelada transportada via rodoviário. A estimativa é de custo 20% inferior, sobretudo nas longas distâncias.

Mesmo com essas vantagens, é importante lembrar que a cabotagem não elimina o caminhão no transporte de cargas. Rocha reconhece a necessidade do modal rodoviário e ressalta que ele é complementar nas rotas de curta distância. No trajeto Santos-Recife, por exemplo, a cabotagem funciona da seguinte maneira: um caminhão pega o contêiner carregado em uma fábrica de São Paulo e leva até o Porto de Santos (SP). Lá, a carga parte de navio até o Porto de Suape (PE). Na chegada, novamente o caminhão entra em cena, levando a mercadoria até os pontos que vão abastecer a casa do consumidor final.

“O caminhão ainda está no processo de logística nas duas pernas, tanto no embarque quanto no desembarque. A carga não anda sozinha até o navio. O trajeto maior é feito no mar, mas o rodoviário tem papel essencial na cadeia multimodal”, ressalta.

Atualmente, a cabotagem não chega a representar 10% da matriz, enquanto o rodoviário responde por 65% do transporte de carga nacional.

“Ainda temos muito a ser conquistado. Queremos alcançar, pelo menos, 25% da matriz de transporte nos trajetos de longa distância. Para isso, é preciso que vários entraves sejam eliminados, como a falta de competitividade em relação aos custos do diesel. Somo muito mais taxados”, adverte o presidente do sindicato.

Outras reivindicações são as recorrentes discussões sobre alterações no marco regulatório do setor, o que acaba desestimulando investimentos, a burocracia documental e a própria infraestrutura portuária.

Fonte: DATAGRO



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