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BRASIL CONTINUA “SEGURO”

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (19/10) a um grupo de empresários brasileiros e suecos que o governo está trabalhando para retomar o equilíbrio fiscal, que o Brasil continua sendo uma “opção segura e atraente para investimentos” e destacou áreas com potencial de ampliação da parceria bilateral, como tecnologia e saúde.

- O Brasil continua a ser uma opção segura e atraente para investimentos. Somos um país que oferece grandes oportunidades e possui ambiente de negócios sofisticado e seguro. Somos uma grande democracia. Nossa economia tem fundamentos sólidos e estamos trabalhando de maneira decidida para fortalecer sua saúde fiscal,retomando o equilíbrio, reduzindo a inflação, consolidando a estabilidade macroeconômica, para aumentar a confiança e garantir a retomada do crescimento – disse a presidenta em discurso na abertura de um seminário empresarial em Estocolmo após reunir-se com o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven. Dilma está na Suécia em visita oficial para ampliar parcerias comerciais.

Aos empresários, a chefe de Estado brasileira lembrou que o intercâmbio entre Brasil e Suécia cresceu 45% em dez anos e disse que é possível ampliar as parcerias.

- Nós temos de ampliar esses números, diversificando a pauta comercial. Existe um potencial para a participação de produtos manufaturados brasileiros e também para se aumentar a presença de produtos manufaturados suecos no nosso fluxo comercial – avaliou.

Segundo Dilma, a compra dos aviões-caças suecos Gripen, do Grupo Saab, pela Força Aérea Brasileira, reforça a aproximação entre as duas economias e pode servir de modelo para negócios em outras áreas. A negociação inclui a transferência de tecnologia para o Brasil e uma fábrica da Saab está sendo construída em São Paulo.

- Nós queremos aproveitar todo o potencial dessa parceria. Queremos inclusive reproduzi-la em outros setores em nossa relação econômica com o incentivo à inovação, à produção industrial e à capacitação de recursos humanos – disse. Dilma vai visitar a fábrica da Saab em Linköping.

A presidenta também destacou a eminência da apresentação de ofertas comerciais entre o Mercosul e a União Europeia – que após anos de negociação pode ocorrer em novembro – e disse que o acordo vai abrir os mercados sul-americanos para a Suécia.

- O Mercosul está preparado para apresentar sua oferta comercial à União Europeia e, a partir daí estabelecer um acordo comercial ambicioso e extremamente vantajoso para ambas as partes. Este acordo abre para a União Europeia e, em especial, para a Suécia todo o mercado da América do Sul. E, certamente, a partir daí funcionará como uma plataforma para o restante do continente – disse.

Além da visita à fábrica da Saab, a agenda de Dilma na Suécia nesta segunda-feira inclui um almoço na Prefeitura de Estocolmo e visitas ao Instituto Real de Tecnologia e à sede da Ericson. Da Suécia, Dilma embarca para a Finlândia onde segue com a missão de ampliar parcerias comerciais.

Levy fica

A presidenta Dilma Rousseff disse domingo (18/10) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no governo. “O ministro Levy fica. Nem se tocou nesse assunto”, disse em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia, ao ser perguntada sobre rumores publicados na imprensa nos últimos dias de que o ministro deixaria o cargo.

- Se ele [Levy] fica, é porque concordamos com a política econômica dele. Não tinha nenhuma insatisfação dele. Eu não sei como é que saem essas informações, elas são muito danosas – destacou Dilma Rousseff.

A presidenta disse que, além de outras medidas que farão parte do ajuste fiscal, estratégias para que o governo consiga aprovar a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e também a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite o governo gastar livremente parte do Orçamento, estão sendo discutidas com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e com o do Planejamento, Nelson Barbosa.

- A CPMF é crucial para o país. Não estamos aumentando impostos porque queremos, estamos aumentando impostos porque precisamos. A questão da CPMF é a melhoria macroeconômica do país. Pode ser que nesse momento algumas pessoas não entendam, mas certamente entenderão quando os efeitos que essa medida produzir aparecerem – avaliou Dilma.

Segundo Dilma Rousseff,  “sem a CPMF é muito difícil” que o país alcance o reequilíbrio fiscal e volte a crescer. “É um grau de dificuldade máximo. Nós precisamos estabilizar as contas públicas para que o país volte a crescer, para que se perceba que o Brasil tem uma solidez fiscal”, justificou, reconhecendo que a crise política que o Brasil atravessa “é um componente da crise econômica” e disse que “é óbvio que a crise política amplia as condições de bloqueio para sair da crise econômica”, mas declarou que as duas são igualmente importantes de serem resolvidas.

Cunha

A presidenta não quis comentar sobre as denúncias de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem contas não declaradas na Suíça, pelas quais ele teria recebido propina.

- Eu lamento que seja um brasileiro – disse Dilma sobre repercussão internacional do escândalo envolvendo o presidente da Câmara.

Durante a mesma entrevista, a primeira concedida na Suécia, primeira etapa de uma viagem pelo norte da Europa que envolve ainda a Finlândia, Dilma Rousseff negou acusações de que teria feito qualquer tipo de acordo político com o presidente da Câmara para livrá-lo de uma cassação de mandato em troca de ele não avançar com a abertura de um processo de impeachmentcontra ela.

- Acho fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é público e notório. Acho estranho atribuírem ao governo qualquer tipo de acordo que não seja para passar no Congresso a CPMF, a DRU, as MPs – afirmou.

Quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a interpretação do presidente da Câmara sobre o rito processual de um eventual processo de impeachment disse que “não tinha como se manifestar sobre qualquer questão que ocorre no Legislativo, nem tampouco no Judiciário.

- Nós ainda temos de alcançar uma estabilidade política baseada em um acordo no sentido de que os interesses partidários, pessoais, de cada corrente, têm de ser colocados abaixo dos interesses do país – destacou.

A presidenta Dilma Rousseff está na Suécia, onde terá compromissos oficiais com representantes do governo e empresários para ampliar cooperação comercial e educacional. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, mais de 200 empresas suecas atuam no Brasil, empregando cerca de 70 mil pessoas. No ano passado, as trocas comerciais entre brasileiros e suecos alcançaram US$ 2 bilhões. Na terça-feira (20/10), a presidenta Dilma segue para a Finlândia, onde serão celebradas parcerias no setor educacional.

Fonte: Globo Rural



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