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AVICULTURA DOS EUA COMEMORA TRATADO COM O JAPÃO

Através de suas diversas entidades de classe, a avicultura norte-americana comemora a assinatura do tratado de livre comércio entre os EUA e o Japão, entendendo que o acordo deve beneficiar todo o setor avícola.

Em comunicado conjunto divulgado na última segunda-feira (26), o Conselho dos Exportadores de Aves e Ovos dos EUA (USAPEEC), o Conselho Nacional [da Indústria] do Frango (NCC), a Federação Nacional do Peru (NTF) e a União dos Produtores de Ovos (UEP) afirmam que, com a assinatura do tratado, “as carnes de frango e de peru e o ovo processado obterão redução de tarifas que permitirão concorrer de forma mais eficiente com os países integrantes da Parceria Trans-Pacífico” (TPP, da qual participam outros 10 países além de EUA e Japão: Austrália, Canadá, Malásia, México, Peru, Vietnã, Chile, Brunei, Cingapura e Nova Zelândia).

No comunicado, as entidades signatárias lembram que o Japão é o principal destino do ovo processado exportados pelos EUA, além de se colocar como o segundo maior importador da carne de peru negociada pelos EUA no exterior. Terminam observando que o mercado japonês também é bastante promissor para aquelas indústrias norte-americanas da carne de frango que se dispuserem a fornecer os cortes específicos que os compradores japoneses buscam.

Com relação especificamente ao último parágrafo, é oportuno mencionar que as indústrias brasileiras de carne de frango souberam ouvir, na hora propícia, as necessidades japonesas em relação ao fornecimento de cortes específicos. Não é por menos que o Brasil responde (dados do próprio USDA relativos ao primeiro semestre de 2019), por cerca de 40% das importações japonesas, enquanto a participação norte-americana não chega a 1,5% do total.

Vale lembrar, entretanto, que, dez anos atrás, nos mesmos seis primeiros meses de 2009, o Brasil respondeu (dados, novamente, do próprio USDA) por nada menos que 93% das importações japonesas de carne de frango. Veio reduzindo esse índice de participação no decorrer da década e agora já não ocupa a liderança, hoje pertencente (ainda que por pequena diferença) à Tailândia, que no semestre forneceu ao Japão volume cerca de 1,15% superior ao exportado pelo Brasil.

Naturalmente, o aspecto logístico foi um dos grandes determinantes do avanço da Tailândia no mercado japonês (a distância entre as capitais dos dois países é, praticamente, a mesma entre Porto Alegre e Manaus – pouco mais de 4,5 mil km em linha reta). Mas parece, também, que os tailandeses souberam ouvir melhor as necessidades do cliente. Pois, da mesma forma que os brasileiros conquistaram aquele mercado fornecendo cortes específicos, a Tailândia agora centra força na carne de frango industrializada (segmento em que se fortaleceu após enfrentar, na década passada, surto de Influenza Aviária que quase aniquilou sua avicultura).

Por sinal, o gráfico abaixo – relativo aos três principais exportadores de carne de frango para o Japão – deixa bem clara a nova opção japonesa. Porque, do volume total fornecido pela Tailândia aos nipônicos, cerca de três quartos (74,5% em 2019) estão representados pelos industrializados. Ressalte-se, além disso, que quase metade do volume total importado pelo Japão na atualidade está representada pelos industrializados. Ou seja: o produto in natura também perde espaço.

Fonte: Avisite



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