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ATRASO NA SAFRINHA

As chuvas que faltaram no início de outubro, atrasando o plantio da safra de soja, estão mais regulares neste final de fevereiro e, agora, dificultam a colheita da oleaginosa em Goiás. Segundo o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária Goiana (IFAG), a área já colhida no Estado não passa de 40% do total plantado (3,390 milhões de hectares). Como consequência, a instalação da safrinha segue em ritmo menor que em 2017: cerca de 55% do milho foi cultivado até o momento, calcula o IFAG, enquanto na mesma época do ano passado a semeadura do cereal chegava a 70% da área.

Esse atraso no plantio de milho levou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) a solicitar ao Ministério da Agricultura (MAPA) a extensão das janelas de plantio indicadas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A Secretaria de Política Agrícola está analisando o pedido.

“Acreditamos ser possível que a prorrogação ocorra, dando maior tranquilidade aos produtores que estão com a colheita da soja atrasada e já compraram insumos para implementar as lavouras de milho”, afirma o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro.

De acordo com ele, as chuvas ampliam a disponibilidade de água no solo e estão sendo importantes para o bom desenvolvimento do milho que foi cultivado, especialmente no Sudoeste goiano, que responde por 80% da safrinha. Na avaliação do consultor técnico, as condições pluviométricas na primeira quinzena de março podem incentivar o avanço da semeadura naquele mês.

Ainda que os produtores estendam o plantio para fora da janela ideal, a Aprosoja-GO estima certa redução na área de segunda safra de milho. Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma queda de 5,1% em relação à safra anterior, de 1,260 milhão de hectares para 1,196 milhão de hectares, a Aprosoja-GO estima mais.

 “Acreditamos que este número pode ser um pouco maior, chegando a até 10%”, diz Palavro, que também é analista técnico do IFAG.

Zoneamento agrícola

Enquanto o MAPA não se manifesta sobre o pedido de prorrogação do zoneamento, a Aprosoja-GO orienta os produtores que se atentem ao previsto na regra vigente antes de implementarem sua safrinha. O ZARC é uma ferramenta desenvolvida pelo MAPA, com apoio técnico da Embrapa, e considera a variedade a ser plantada, o tipo de solo e as características climáticas locais, como os históricos de temperatura e de volumes pluviométricos, para indicar a aptidão de cada região no cultivo de diferentes culturas.

 “O zoneamento é importante por apontar os momentos ideais de implementação de cada cultura em determinado município, sendo baseado estritamente em parâmetros técnicos e nos históricos das regiões”, ressalta o consultor técnico da Aprosoja-GO.

Dada sua finalidade, o ZARC é um mecanismo de mitigação de riscos produtivos e seu cumprimento tem sido exigido pelas instituições que atuam com crédito rural e seguro agrícola.

“Em caso de ocorrência de sinistro, por exemplo, se algum item avaliado estiver em desconformidade com o ZARC, principalmente a data de plantio e a variedade cultivada, a seguradora pode indeferir o pagamento de seguro”, explica Palavro. “A Aprosoja-GO recomenda atenção às regras do zoneamento, para que o produtor tenha os direitos garantidos se houver perdas em suas lavouras”, completa.

Fonte: SFAgro



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