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ARROZ DO MERCOSUL

A abertura de novos mercados para o arroz em casca e o maior custo histórico que a orizicultura vem enfrentando foram alguns dos principais pontos abordados na coletiva de imprensa referente à abertura oficial da 29ª Colheita de Arroz, realizada nesta quarta-feira (30), na Embrapa Terras Baixas, em Capão do Leão (RS), região de Pelotas (RS).

O vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, destacou também as perdas nas lavouras de arroz em função das condições climáticas, chuva em excesso e baixa luminosidade. De acordo com Velho, há uma expectativa de anúncio por parte do governo federal durante a Abertura da Colheita – em fevereiro – de ajuda aos produtores que tiveram prejuízos, especialmente em municípios das regiões da Campanha e Fronteira Oeste, responsáveis por mais de 40% da área plantada no Estado.

“O excesso de chuva vai trazer um forte impacto na produção total no Rio Grande do Sul. A previsão inicial era de uma queda de 10% na produtividade, mas com o agravamento nas condições climáticas deve ocorrer um aumento neste percentual, chegando em alguns municípios, entre 15% e 20%, e diminuição de quase um milhão de toneladas na produção”, afirmou.

O dirigente colocou ainda que o setor possui várias demandas junto ao Ministério da Agricultura, como mecanismos de comercialização, recursos para pré-custeio e a revisão do acordo com o Mercosul.

“A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, já demonstrou intenção de mexer em questões estruturais como o Mercosul. Não existem cotas de entrada no Brasil do arroz oriundo dos países deste bloco econômico, o que traz prejuízos para a cadeia orizícola devido ao custo de produção menor do outro lado da fronteira”, salientou, lembrando que a Federarroz já está tratando com a Conab para rever o preço mínimo do arroz, atualmente em R$ 36,44.

Demonstramos que o valor está defasado pelo menos em cerca de R$ 4,00 a R$ 5,00, podendo chegar em valores entre R$ 40,00 e R$ 42,00.

Velho também lembrou do trabalho que a Federarroz vem fazendo para a abertura de novos mercados para o arroz em casa, como Guatemala, México e África. “Há expectativa de uma viagem para o Quênia no final de fevereiro. O país africano tem interesse em comprar o nosso arroz ao invés de importar da Tailândia como vem ocorrendo”, sinalizou.

O vice-presidente da Federarroz disse ainda que muitas coisas podem ser feitas da porteira para dentro, buscando a diversificação como a integração lavoura pecuária e soja. “O produtor gasta 15% a menos quando volta com o arroz em cima da soja”, ressaltou.

A Abertura Oficial da Colheita do Arroz ocorre entre os próximos dias 20 e 22 de fevereiro com o tema Matriz Produtiva: Atividade Diversificada, Renda Ampliada. O evento conta com Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (irga), correalização da Embrapa e é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

Fonte: Datagro



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