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Áreas com terraços sofrem menos erosão, indica pesquisa

O solo de áreas em que lavouras são desenvolvidas com terraceamento sofre
menos erosão e infiltra mais água do que terrenos sem terraço. É o que indicam
dados preliminares da pesquisa de monitoramento hidrológico, realizada em Dois
Vizinhos, no Sudoeste do Estado. O projeto faz parte de uma série de estudos
promovidos pela Rede de AgroPesquisa e Formação Aplicada Paraná (Rede
AgroParaná) em seis mesorregiões do Estado. Com base nas informações
levantadas, a rede pretende definir critérios técnicos adequados e boas
práticas para manejo de solo e da água em áreas agrícolas.

Os dados prévios foram obtidos a partir de uma chuva de 68 milímetros,
ocorrida em 30 de maio de 2019. Na ocasião, houve escoamento superficial (ou
seja, de água que não infiltra no solo) de 40 litros por segundo (L/s) na
lavoura cultivada sem terraço, enquanto o escoamento foi de 6 L/s na área com
terraços. Em termos relativos ao volume precipitado, o escoamento superficial
foi da ordem de 3,4% no talhão sem terraço e de 0,8% no segmento com terraços.

Amostras do escoamento superficial foram coletadas pelos pesquisadores,
que analisaram a Concentração de Sedimentos em Suspensão (CCS). Esse
procedimento apontou que na área sem terraços houve perda no solo equivalente a
305 quilos. Já na lavoura conduzida com terraços, a perda provocada pelo
escoamento superficial foi de 27 quilos. “Os dados nos ajudam a entender esse
processo e definir técnicas para aumentar a qualidade de solo e a infiltração
de água”, explica o pesquisador André Pellegrini, coordenador da Rede
AgroParaná.

Em Dois Vizinhos, a pesquisa é conduzida no câmpus da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde foram instaladas duas estações
experimentais em uma área de 1,9 hectare. Em cada uma, os pesquisadores
ocuparam o solo em proporções características da região: 48% de lavouras, 21%
de pastagens, 10% de matas e o restante dividido em estradas, sede, pomar e
vegetação arbustiva. A lavoura de uma das estações é cultivada com técnicas de
terraceamento e a outra, sem terraços.

“O cultivo é feito de acordo com as características da região: plantamos
soja na safra, milho ou feijão na safrinha e uma cultura inverno”, conta
Pellegrini.

Subprojetos

Além dessa pesquisa que corresponde ao eixo central do projeto de
monitoramento hidrológico no Paraná, outros cinco subprojetos estão em andamento
na mesorregião Sudoeste, todos relacionados à qualidade do solo e da água. Um
deles complementa o estudo principal, levantando atributos químicos e
biológicos do solo, relacionando-os à produtividade das culturas. Outro é
voltado a estudar a aplicação de dejetos animais – de aves, suínos e bovinos –
na adubação do solo.

Ainda, outra iniciativa reúne três experimentos que testam plantas de
cobertura de inverno e de verão, em rotação de culturas comerciais, avaliando
também os efeitos de compactação mecânica e biológica do solo. Enquanto isso,
um dos estudos analisa os efeitos de longo prazo provocados pelos sistemas de
manejo e plantas de cobertura de inverno em rotação com soja e milho. Por fim,
um projeto compila todas as informações das pesquisas conduzidas na megaparcela
e avalia seus atributos físicos, químicos e biológicos, por meio de um modelo
matemático.

“Além de levantarem informações para a rede, esses projetos implicam em
benefícios que se estendem aos programas de graduação e pós-gradução, com a
consolidação de cursos vinculados às ciências agrárias, por meio de
equipamentos para laboratório, reagentes para análises e bolsas, além da
extensão rural, que vem expondo os resultados continuadamente por meio de dias
de campo”, diz Pellegrini.

Os estudos são financiados pelo Sistema FAEP/ SENAR-PR, Fundação
Araucária e a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
(Seti), do governo do Paraná.

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Fonte: Sistema FAEP



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