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A DONA DAS LAVOURAS

Quem olha a lavoura dos irmãos Marcos e Marciano Lauxen em Ibirubá, no noroeste do Rio Grande do Sul, se surpreende com o porte superior da planta, cerca de dois meses após o plantio (27 de dezembro). Além do clima que colaborou com o bom desenvolvimento da soja nesta fase inicial, os irmãos, que também são proprietários da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas Vence Tudo, implantaram nos 250 hectares que cultivam no município uma cobertura de inverno propícia para a qualidade do solo. A soja foi semeada 15 dias após a incorporação de cloreto na linha (em espaçamento de 17 cm) em cima da palhada de nabo e aveia preta.

Nas lavouras dos irmãos Marcos e Marciano Lauxen, em Ibirubá, foi implantado o processo de acamamento do nabo aliado a incorporação do cloreto, antes do plantio da soja

Nas lavouras dos irmãos Marcos e Marciano Lauxen, em Ibirubá, foi implantado o processo de acamamento do nabo aliado a incorporação do cloreto, antes do plantio da soja

Conforme o responsável técnico das áreas – o técnico agrícola, Alberto Klaessener, na safra anterior foi testado em sete hectares que produziram 10% a mais que o rendimento médio de toda a propriedade, alcançando 77 sacas por hectare.

“O nabu é importante na descompactação do solo e é rico em nitrogênio e a aveia preta ajuda a segurar a umidade no solo – destaca Klaessener.

Klaessener está satisfeito com o porte da soja e vê potencial produtivo superior a 75 sacas por hectare

Klaessener está satisfeito com o porte da soja e vê potencial produtivo superior a 75 sacas por hectare

Com essa estratégia e na esperança de que São Pedro continue sendo generoso com a turma do campo, o responsável técnico das lavouras espera que a produtividade atinja entre 75 e 80 sacas por hectare – resultado dentro da média obtida na região na última colheita. Conforme o técnico agrícola da 3 Tentos, Edison Freese, os agricultores de Ibirubá produziram entre 60 e 80 sacas por hectare e o potencial neste ano é para superar as 70 sacas por hectare.

“O plantio na região foi antecipado em uma semana e a chuva deu boas condições para a semeadura. A sanidade das lavouras está boa, sem ataques de pragas e doenças – relata Freese.

O técnico agrícola da 3 Tentos, Edison Freese, relata que na região de Ibirubá foi preciso fazer o replantio em algumas áreas localizadas, devido a “chuva pesada”

O técnico agrícola da 3 Tentos, Edison Freese, relata que na região de Ibirubá foi preciso fazer o replantio em algumas áreas localizadas, devido a “chuva pesada”

Na região de Ibirubá foram registrados alguns problemas localizados de chuva intensa num curto período, cerca de 50 milímetros em 30 minutos, o que obrigou o replantio em algumas áreas no início do mês de novembro. A mesma chuva que foi sinônimo de problema no noroeste do estado, faltou na região da campanha – até o fim do ano (22 de dezembro) ainda faltavam aproximadamente 5% da área para serem plantados nos arredores de Bagé.

“Foi pouca chuva em novembro e de forma muito irregular. A soja plantada mais tarde, no fim de novembro, está sofrendo mais e até tivemos casos de replantio – relata o engenheiro agrônomo e coordenador de insumos da Puro Grão – Indústria e Comércio de arroz e soja, Marcelo Couto de Oliveira.

O agrônomo Marcelo Couto de Oliveira revela que a falta de chuva atrapalhou na região da campanha

O agrônomo Marcelo Couto de Oliveira revela que a falta de chuva atrapalhou na região da campanha

Já na zona sul, na região de Pelotas – área de atuação também da Puro Grão – a estiagem não chegou a afetar a safra, tanto que o plantio já foi encerrado.

“Tivemos chuvas melhores e as lavouras estão em condições mais favoráveis de desenvolvimento. Quanto a pragas e doenças, somente tivemos uma incidência de lagarta rosca, mas a situação está controlada” – analisa Oliveira.

Nas Missões também teve o surgimento da lagarta rosca nas primeiras áreas plantadas, mas sem prejuízo para a planta. Em São Miguel das Missões, a primeira quinzena de dezembro foi seca, mas a falta de chuva não afeta a projeção de produtividade do gerente de vendas da Viera Agrocereais, Rogério Vieira.

O agrônomo da Viera Agrocereais alerta para o surgimento de lagarta, mas sem prejuízo para a produção na região das Missões

O agrônomo da Viera Agrocereais alerta para o surgimento de lagarta, mas sem prejuízo para a produção na região das Missões

 

Na região o plantio foi dentro do período normal – a partir de 20 de outubro, e as áreas são projetadas para mais de 55 sacas por hectare, mas dependendo do clima, se for positivo, têm áreas com potencial para mais de 70 sacas por hectare” – estima o técnico agrícola.

No norte do Rio Grande do Sul, em Erechim, o plantio de soja iniciou com solo encharcado devido as “chuvas pesadas” logo após a semeadura, entre os dias 25 de outubro e 25 de novembro, o que provocou podridão de raiz. Foram 30 dias de altos volumes de chuva. A partir do final de novembro a situação mudou e o tempo seco predominou – a última chuva foi em 3 de dezembro na maioria das localidades e até o dia 22 de dezembro as lavouras permaneceram sem umidade. Conforme o engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Vaccaro Agronegócios, Mauro Deon, esse clima mais seco, neste momento, pode até ser positivo para a cultura.

“No estágio vegetativo em que a planta está, ocasiona a redução do porte e menor espaço de entrenós, mas ainda não afeta a produtividade, pode até favorecer o desenvolvimento da raiz e facilitar o controle de doenças” – explica Deon, que confessa que tem lavoura estabelecida para produzir 80 sacas por hectare.

O engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Vaccaro Agronegócios, Mauro Deon, vê até vantagens no tempo seco que predominou na região norte em dezembro

O engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Vaccaro Agronegócios, Mauro Deon, vê até vantagens no tempo seco que predominou na região norte em dezembro

Na temporada 2017/18 a soja vem com ainda mais força no Estado – a área plantada passou de 5,5 milhões de hectares para 5,7 milhões de hectares, de acordo com a estimativa da Emater. A produtividade deve ser de 2.938 quilos por hectare (49 sc/ha), resultando numa produção de 16,7 milhões de toneladas.

Safra 2017/18 RS

Área – 5.702.780 ha

Produtividade – 2.938 kg/ha

Produção – 16.753.980 T

Estimativa: Emater



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